A Câmara Municipal de Olinda aprovou, em sessão ordinária nesta terça-feira (8), a concessão do título de cidadão olindense ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro. A proposta, de autoria do vereador Alessandro Sarmento (PL), foi aprovada por maioria, com 14 votos favoráveis, 1 voto contrário, 1 ausência e 1 abstenção informal. A votação foi marcada por protestos dentro e fora da Casa Legislativa.
Durante a sessão, manifestantes ocuparam as galerias com faixas e cartazes, enquanto outros protestavam na entrada da sede do legislativo municipal. A mobilização foi organizada por moradores da cidade e por representantes de movimentos sociais, estudantis, culturais e sindicais. O objetivo era pressionar os parlamentares a rejeitar a proposta, considerada pelos manifestantes uma afronta à história democrática e aos movimentos populares da cidade.
Entre os argumentos levantados pelos organizadores, destacou-se a ausência de vínculos de Jair Bolsonaro com Olinda. Os manifestantes também citaram o fato de o ex-presidente ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, como motivo de repúdio à homenagem.
Como votaram os vereadores na sessão da Câmara
O requerimento recebeu apoio da ampla maioria dos parlamentares. Votaram a favor:
- Saulo Holanda (MDB)
- Jesuíno Araújo (PSD)
- Denise Almeida (PSD)
- Professor Marcelo (PSD)
- Felipe Nascimento (PSD)
- Mizael Prestanista (PSD)
- Simplicio (PV)
- Ricardo Souza (Avante)
- Márcio Barbosa (Avante)
- Iran Barbosa (DC)
- Milcon Rangel (MDB)
- Sardinha (Agir)
- Sarmento (PL)
- Jadilson Bombeiro (PL)

A única parlamentar a se manifestar contra foi a vereadora Eugênia Lima (PT), que votou “não” e já havia declarado oposição ao título antes da votação. O vereador Labanca (PV) esteve ausente e o vereador Biai (Avante) leu um salmo bíblico e deixou a sessão sem registrar voto.
Contexto político local
A votação ocorreu em meio a discussões nacionais sobre o papel de Jair Bolsonaro nos atos de 8 de janeiro de 2023 e sua inelegibilidade confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente responde a ações penais no STF por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), a concessão de títulos honoríficos não exige a existência de vínculos diretos com o município, embora a prática costume depender de reconhecimento público e histórico por parte da comunidade local.
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