A política, que terminou a semana passada quente, começa esta pegando fogo, com reunião dos deputados estaduais para tratar do aumento ao PSD dos prefeitos que abandonaram o PSDB, numa reação da governadora Raquel Lyra à perda do comando da sigla tucana para o presidente da Alepe, Álvaro Porto, e a possibilidade de uma fusão até o final de maio entre o próprio PSDB e o Podemos.
Pela manhã, Álvaro Porto reúne, pela manhã, os deputados estaduais para, juntos, analisarem a proposta do Governo à proposta já aprovada na CCLJ que aumenta de 1,2% para 2% da Receita Corrente Líquida (RCL) de Pernambuco o repasse para as emendas parlamentares. A medida desagradou a governadora Raquel Lyra, pois engessa o orçamento do Estado. Os deputados alegam que nada muda nos investimentos da gestão. Eles apenas indicariam as obras a serem executadas.
No início da noite, numa reação à tomada do comando do PSDB por Álvaro Porto, a governadora Raquel Lyra pilota filiação em massa de prefeitos que abandonaram a legenda tucana, após o anúncio da nova presidência no partido. Serão mais de 30 gestores municipais, com a possibilidade, inclusive, de ingresso de prefeitos de legendas de oposição, como o PSB do prefeito do Recife, João Campos. O ato contará com a presença do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab.
Álvaro e os Gouveias na disputa
Em meio a todos esses movimentos, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, informou, neste domingo (6), que o PSDB e o Podemos podem anunciar a fusão das duas siglas até o final de maio. Essa união terá reflexos fortes em Pernambuco. A depender de quem assumir o comando no Estado, governo ou oposição será fortalecido.
De um lado, pelo PSDB, está Álvaro Porto, presidente da Alepe, forte no Agreste e oposição à governadora Raquel Lyra. Do outro, os irmãos Gouveia e seu grupo, forte principalmente na Mata Norte, aliados da gestora estadual. As informações é que o controle respeitará a representação no Estado: primeiro se tem senador, depois deputado federal e, por fim, presidente da Assembleia e deputados estaduais. Nesse caso, Álvaro levaria a melhor. No entanto, o partido sofreu esvaziamento desde que ele assumiu o comando. É o que aposta o Governo para ter o controle da nova sigla, caso a fusão se confirme.
Ou seja, a semana começa com muita movimentação em Pernambuco, mas com os olhos também voltados a Brasília. As eleições de 2026 entraram na pauta definitivamente.
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