Ato em Copacabana não funciona e terá consequência

Imagem do ato em Copacabana mostra um público muito aquém o esperado Foto: RS/Fotos Públicas

Há uma questão pacífica na política: ao planejar um evento, escolha com cuidado o local, para que seja do tamanho suficiente para que não caiba todos os presentes. É uma forma de mostrar força, de que a procura foi tanta que nem coube no local. Isso aconteceu na semana passada, em Pernambuco, durante a filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, quando o Recife Expocenter não comportou todo o público presente. E aconteceu exatamente o contrário, no Rio de Janeiro, neste domingo (16), com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Convocada para ser uma demonstração inequívoca de força pela anistia para os envolvidos no 8 de janeiro e de que os seus aliados irão reagir no caso de sua prisão, o ex-presidente e os seus aliados alardeavam que um milhão de pessoas iria à Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. E não foi nem de longe isso o que ocorreu. Foi um tiro no pé. 

Apesar da grande mobilização nas redes sociais, as imagens mostraram que o ato deste domingo passou muito longe dos realizados anteriormente. A Polícia Militar do Rio de Janeiro, estado comandado por um aliado do ex-presidente, anunciou que 400 mil pessoas estavam presentes no evento, mas, de acordo com pesquisadores do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP) , o ato em Copacabana teve 18,3 mil pessoas no seu ápice. Para chegar a esse número, eles utilizaram drones e ferramentas de inteligência artificial.

Ato demonstra fragilidade

Um ato muito aquém do alardeado tem consequências. Mostra que o ex-presidente não conta com o respaldo popular que ele esperava contar, demonstra fragilidade. Isso reduz, e muito, o poder de pressão que os aliados queriam jogar sobre o Supremo Tribunal Federal – na próxima semana decide se o ex-presidente se torna réu no epísódio de vandalismo contra prédios públicos -, e, também, sobre o Congresso Nacional, onde vai tramitar projeto de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro. Foi uma aposta alta de Jair Bolsonaro e aliados. Uma aposta de risco, que acabou não tendo o resultado desejado, mostrando que não têm a força que alardeam e isso enfraquece a luta pela anistia.

Foto: RS/Fotos Públicas

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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