A filiação da governadora Raquel Lyra foi um ato forte, representativo. Como fato político, cumpriu um papel com sobras. O PSD deixou claro, com a presença do seu presidente nacional, Gilberto Kassab, que dará total respaldo para o próximo desafio da gestora, que é disputar a reeleição que se desenha muito complicada. Os próximos meses serão cruciais para as pretensões da gestora, que enfrenta no momento números desfavoráveis de aprovação.
Com dinheiro em caixa e muitas obras pelo Estado, Raquel tem o que precisa para dar uma guinada na popularidade. Mas os discursos proferidos durante o ato de filiação mostram que, para a mudança do quadro, é preciso ir além das entregas. Necessita observar os passos do adversário, e não ser guiada por eles.
O ato de filiação tinha um sentido: exaltar a governadora e os feitos da sua gestão. Mostrar o que foi feito e o que virá pela frente, num conjunto de ações que criarão as bases para disputar a reeleição. E só. Aquele não era fórum de lamentações ou para falar de adversário. Nesse segundo caso, ainda chegará o momento, mas não era aquele.
Discursos na filiação
O que se viu, em alguns discursos, foi uma preocupação com os resultados do Governo ou com as eleições. Assim foi com Gilberto Kassab, que justificou que “em dois anos, ela consegue avançar bastante, arrumar a casa e inicia um período muito feliz da sua gestão de entrega” . Ou o até então presidente do PSD, André de Paula, que afirmou: “Nós vamos ganhar a próxima eleição, Raquel!”. Ou ainda a própria governadora, que afirmou não estar “esquentando cadeira para quem acha que é dono do poder”.
São discursos que denotam, se não uma preocupação, ao menos um alerta com a movimentação do adversário, que marcou uma presença imaginária que não deveria estar presente naquele momento no Recife Expocenter.
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