Raquel ingressa no PSD com 2026 na mira

Raquel Lyra chega no PSD para comandar o partido no estado

A decisão da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, de trocar o PSDB pelo PSD é um movimento político estratégico, com foco em sua reeleição em 2026. Após nove anos na legenda tucana, Lyra busca um partido que lhe ofereça maior respaldo político, além de fortalecer sua relação com o Governo Federal.

A mudança de legenda reflete um cálculo político considerado no Palácio como essencial para sua permanência no cargo. No PSDB, a governadora vinha enfrentando dificuldades para garantir apoio e visibilidade dentro da estrutura nacional do partido, que perdeu espaço e influência nos últimos anos. No PSD, Lyra encontra um ambiente completamente favorável, assumindo o comando da sigla no estado com o aval do presidente nacional, Gilberto Kassab, e do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.

Essa movimentação coloca Raquel ainda mais próxima do Governo Federal, o que fortalecerá a liberação de recursos e investimentos para Pernambuco. O PSD integra a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tem posição estratégica no Congresso Nacional. Esse alinhamento pode ser determinante para projetos estaduais que dependem de apoio da União.

No contexto estadual, a troca de partido também possui desdobramentos relevantes. Há especulações de que o PSDB poderia passar para o controle do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, aliado do prefeito do Recife, João Campos. Para evitar essa perda de espaço, a vice-governadora Priscila Krause fez o movimento de trocar o Cidadania pelo PSDB.

Raquel age em duas frentes

A governadora, portanto, age em duas frentes: consolida sua base em um partido de maior expressão nacional e garante que sua influência no PSDB não seja dissipada. Essa manobra indica que Lyra entrou de cabeça no jogo de 2026, quando deverá concorrer contra João Campos, o principal nome de oposição para pelo Governo do Estado.

A adesão ao PSD, porém, também impõe desafios. A aproximação com o Governo Federal pode gerar atritos com setores mais à direita do seu eleitorado, que não suporta nem ouvir o nome do PT. Além disso, a governadora precisará demonstrar que a mudança não é apenas um movimento eleitoral, mas também um passo para ampliar a capacidade de gestão do estado.

Com um evento de filiação marcado para as 18h55, horário simbolicamente associado ao número da legenda, Lyra busca consolidar sua entrada no PSD como um ato de força política. O desfecho positivo dessa estratégia, no entanto, dependerá da sua habilidade em transformar essa troca partidária em uma campanha acirrada, como promete ser em 2026.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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