Por Izabel Urquiza *
O Carnaval de Olinda mais uma vez foi uma grande demonstração popular — e quem faz isso acontecer, sobretudo, é o povo, gerando renda para a cidade. Em 2025, não foi diferente: segundo dados divulgados pela gestão municipal, mais de 4 milhões de foliões tomaram as ladeiras históricas, proporcionando uma circulação econômica de R$ 1,3 bilhão somente via Pix. Esse montante beneficiou diretamente 1.300 empreendedores locais, dos quais 97,9% são moradores de Olinda, evidenciando o impacto positivo da festa na economia da nossa gente.
No entanto, apesar da força dos números e da tradição que fazem do Carnaval de Olinda um dos maiores e mais importantes do país, não podemos ignorar os sinais de alerta que se repetem ano após ano. Ainda falta um planejamento mais efetivo, e a violência, após oito anos, se mostra um desafio ainda maior. Episódios durante as prévias e o tiroteio em plena apresentação do cantor pernambucano João Gomes, na madrugada da Quarta-feira de Cinzas — que interrompeu o show na Praça do Carmo e deixou sete pessoas feridas — marcaram o momento mais dramático e inaceitável da festa em 2025.
Relatos de insegurança, furtos em série, arrastões, dificuldades de mobilidade e ausência de estrutura em pontos críticos são problemas recorrentes e afetam diretamente quem trabalha, mora e frequenta o Sítio Histórico de Olinda. Tudo isso precisa ser enfrentado com a mesma seriedade com que comemoramos os resultados econômicos que o Carnaval gera.
Que o Carnaval de 2025 sirva de lição
Sou de Olinda, tenho orgulho da minha cidade e já vivi muitos carnavais inesquecíveis pelas ladeiras. Por isso, desejo de verdade que a segurança seja tratada com seriedade e que possamos cuidar melhor da cidade e de quem faz a festa acontecer — antes, durante e depois do Carnaval. Que as lições de 2025 sirvam para que Olinda passe a ser sinônimo de alegria, cultura e paz.
- Izabel Urquiza foi secretária municipal e candidata a prefeita de Olinda*
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