Esta semana a Câmara do Recife deu uma mostra de como serão os próximos meses na casa de José Mariano. Convocados extraordinariamente para votar o projeto do novo modelo administrativo enviado pelo prefeito João Campos, os vereadores gastaram tempo que poderia ser utilizado no debate sobre o projeto tergiversando sobre outros assuntos. De um lado bolsonaristas, do outro, os petistas, pareciam mais interessados em produzir material para as redes sociais, investindo na polariação que marca a política brasileira, do que debater as questões do Recife.
Durante os debates nas três sessões, segunda a quarta, eles levaram para o debate a questão da suposta taxação do pix. Um lado atacando, o outro defendendo. Também levantaram a questão de armar a Guarda Municipal. Esse sim um debate importante, mas que deve ser feito no momento específico, com seriedade, convidando quem defende e quem é contra, e não durante uma convocação extraordinária, com um tema específico. É muito barulho para pouco conteúdo.
Câmara como extensão das redes
Como cartão de visita da nova legislatura, os novos (e até antigos) edis deixaram muito a desejar. A bancada de oposição, ainda tropeça na falta de entrosamento e estratégia, investindo no personalismo dos seus integrantes. A bancada do PT, finge engolir a isca dos bolsonaristas. Mas no fundo, os dois grupos buscam lacrar e usam a Câmara do Recife como extensão das redes sociais, alimentando os seus seguidores com debates que, muitas vezes, nada acrescenta à vida do recifense.
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