João Campos, Raul, Vinicius e a matemática eleitoral da Região Metropolitana

Prefeito joão Campos destacou que Raul Henry atuará nas questões metropolitanas Foto Edson Holanda PCR

O prefeito do Recife, João Campos, dedicou bom espaço da sua primeira reunião do secretariado em 2025, na semana passada, à questão metropolitana. Mirando na solução para os problemas que atravessam os anos sem solução, escalou para esse debate o secretário de Relações Institucionais, o ex-vice-governador e ex-vice-prefeito Raul Henry, político de larga experiência, com um currículo à prova de qualquer questionamento. Esse olhar para o Grande Recife do gestor não é à toa. Sem tirar da mira a disputa pelo Governo, em 26, Campos sabe que precisa sair forte da Região Metropolitana.

O prefeito do Recife teve uma vitória incontestável na sua reeleição. Foi eleito com 726.721 votos (78,12% dos votos válidos). No entanto, o Recife tornou-se uma ilha cercada por prefeitos ligados à governadora Raquel Lyra, virtual candidata à reeleição e possível adversária do gestor recifense.

João tem redes sociais fortes e sabe que a sua influência vai além dos limites da capital pernambucana. Mas isso não adiantou muito quando foi a outros municípios para tentar catapultar os candidatos aliados. Perdeu no primeiro turno em Jaboatão, com Elias Gomes; e em Paulista, com Junior Matuto, após prometer uma força tarefa no segundo turno; e em Olinda, onde viu uma eleição praticamente ganha com Vinícius Castello virar uma derrota no dia da eleição. 

Bom para João, bom para Vinicius

Vinicius Castello, inclusive, foi levado para a Prefeitura do Recife justamente para trabalhar na questão metropolitana – ao lado de Raul Henry – numa jogada que foi bom para o petista e para o prefeito. Para Vinicius, foi um caminho para se manter ativo na política, após o fim do seu mandato de vereador. E para João, agregou à sua equipe um nome que perdeu por poucos votos e consolidou uma posição de liderança em Olinda.

Quem não gostou dessa engenharia foi o PT. O partido não foi consultado e nem participou das conversas que findaram na ida do filiado do partido para a PCR. Os petistas foram apenas informados por Vinicius Castello quando o fato já estava consumado.   

Diante do cenário apresentado nas eleições de 2024, os aliados do prefeito do Recife recorreram à calculadora. Nas contas dos socialistas, João Campos  precisa sair da Região Metropolitana com uma vantagem de 300 mil votos, para fazer frente à governadora, que é forte no interior, principalmente no Agreste do Estado. 

E esse olhar metropolitano adotado neste segundo mandato pode ajudar nessa matemática eleitoral. 

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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