As eleições para as mesas diretoras das Câmaras Municipais dão o tom do acirramento que domina as disputas políticas, muitas vezes misturando a rivalidade nacional com questões internas das Casas. Isso sem falar dos embates municipais, que mancham ainda mais a imagem já maculada dos políticos.
Na Câmara do Recife, toda a composição foi negociada, buscando contemplar todas as forças representadas na Casa. Na hora da votação, no entanto, os bolsonaristas não votaram nos petistas e vice-versa. Se numa votação em que se pregava a harmonia da Câmara, o confronto já estabelecido aponta para debate nacionalizado nas sessões da Casa, ameaçando as discussões sobre os reais problemas da cidade.
Em Ouricuri, a situação foi outra. A vereadora Williane, reeleita pelo PT, denuncia ter sido alvo de violência de gênero. Em discurso, ela afirmou em seu discurso que foi excluída das discussões e construção sobre a formação da nova mesa e, consequentemente, não pôde participar da votação. Acrescentou que só soube da articulação e votação por meio das redes sociais. “Fui excluída do processo de discussão pelos próprios vereadores da base do prefeito eleito”, destacou a vereadora, que se absteve de votar na chapa.
Pior fizeram os edis eleitos em Ipojuca e em Camaragibe. nas duas Câmaras as diferenças acabaram violência, bagunça e eleições contestadas. Péssimo exemplo para a população, que saiu de casa no primeiro domingo de outubro na esperança de dias melhores para os seus municípios e não para ver seus vereadores trocando agressões.
Na Câmara de Olinda, a unidade
No meio de tantas ações negativas, um exemplo positivo. Na Câmara de Olinda, o presidente reeleito Saulo Holanda conduziu as negociações e conseguiu consenso na chapa. Todos os vereadores votaram em todos os indicados, por unanimidade, sem atritos. Harmonia simbolizada no choro do presidente, ao ser reconduzido ao cargo. Exemplo que poderia ser seguido em outro municípios.
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