A semana tem sido pesada. Uma série de crimes bárbaros, absurdos e por motivos banais ou, até, sem motivos, e, mais grave, envolvendo policiais, ganharam o noticiário. Em Camaragibe, um Uber foi morto por um PM aposentado em Camaragibe sem apresentar qualquer reação. Em São Paulo, uma pessoa tentou sair de uma loja com quatro pacotes sabão para roupas e recebeu 11 tiros pelas costas de um policial de folga. Em Salvador, dois jovens rendidos recebem 11 tiros de um policial também de folga. Também em São Paulo, um policial é filmado jogando um motoboy de uma ponte, que fica a três metros de altura de um córrego.
Essa roda viva de crimes absurdos e banais têm que ter um freio. Não dá mais para normalizar isso. Os governos precisam investir em requalificação, para privilegiar os bons e expurgar os maus policiais.
É inaceitável que uma pessoa se recuse a pagar uma corrida a um mototaxista, de menos de R$ 7 e ser questionado. Revoltado, resolve dar um tiro no peito do motociclista. É um completo absurdo isso que ocorreu em Camaragibe no último domingo. E mais revoltante nesse crime é saber que o autor é um policial aposentando, que não demonstrou um segundo sequer de arrependimento.
Pior fez um outro agente de segurança, que disparou 11 tiros pelas costas pelo fato de o homem ter levado de um mercadinho, em São Paulo. Onze tiros pelas costas e o policial alegou legítima defesa. O detalhe é que esse policial havia sido reprovado no teste psicotécnico e estava em estágio probatório na PM por força de uma decisão judicial.
O mesmo argumento, de legítima defesa, foi dado pelo policial aposentador em Salvador. Com os dois jovens rendidos e no chão, sem qualquer hesitação disparou mais de uma dezena de tiros. Um dos jovens morreu e outro ficou ferido. Depois da execução, entrou calmamente no carro e saiu.
Também nesta semana, durante uma blitz em São Paulo, uma cena inacreditável. Um policial, sem mais nem menos, agarra um mototaxista pelas pernas e o joga de uma ponte, de uma altura de três metros. Assim como outros, não demonstrou qualquer remorso.
Após os crimes, a traquilidade dos executores
O mais grave em todos esses crimes é a tranquilidade dos executores após cometerem os crimes. Saem andado, não se incomodam com o corpo, demonstrando a certeza da impunidade. O único erro nessa matemática macabra dos maus policiais foi não contar com as câmeras, que jogam por terra o argumento fácil de legítima defesa.
Essa onda de violência é muito grave. Não é possível que uns poucos desequilibrados prejudiquem um todo de policiais que servem à população com honra e correção. Até porque, na hora que saem as notícias, com imagens e envolvendo policiais, todos são colocados no mesmo balaio. E a imagem da força, acaba indo para o ralo.
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