Fábio Hazin e vítimas de incidentes com tubarões homenageados com monumento em Jaboatão

O momumento em homenagem a Fábio Hazin e vítimas dos tubarões foi inaugurada em Jaboatão

A orla de Piedade, no Jaboatão dos Guararapes, ganhou um monumento em homenagem ao engenheiro, professor e pesquisador Fábio Hazin e às vítimas de incidentes com tubarões. A obra feita pelo artista plástico jaboatonense Alex Mont’Elberto, renomado internacionalmente, foi inaugurada junto ao Espaço Vida Marinha, pelo prefeito Mano Medeiros, diretores da Qualimar Pescados, parceira na iniciativa, e familiares do homenageado.

A escultura tem a base em concreto, com figuras de animais marinhos, que sustenta duas velas em fibra de vidro, com aço carbono em toda a estrutura. “Fui inspirado pela fonte de seus estudos e pela sua atividade de navegador”, explicou Alex Mont’Elberto.

O prefeito Mano Medeiros registrou a grandeza do legado deixado por Hazin, que se tornou referência nacional no estudo sobre tubarões. “Quando falavam no que fazer pra evitar incidentes, ele sempre dizia: Temos que aprender a conviver, é o habitat deles”, lembrou o prefeito, destacando para a família: “seu legado está eternizado”.

Diretor da Qualimar Pescados, Pedro Duque foi aluno de Hazin. “Sou engenheiro de pesca, pesquisador e foi ele quem me deu a primeira bolsa do CNPQ, que me permitiu chegar aqui”, declarou, registrando que Fábio sabia da importância de se retribuir à sociedade o que ganhou.

Prefeito reeleito de Jaboatão, Mano Medeiros registrou a grandeza do legado deixado por Fábio Hazin

Ao lado da mãe, Cyleda Hazin, a irmã do professor, Márcia Hazin, falou do privilégio de ter compartilhado a vida com Fábio, a quem chamou de companheiro e cúmplice. “Ele fez a diferença na vida das pessoas, porque ele amava e acreditava no que fazia”, declarou.

Também participaram do evento a primeira-dama, Andrea Medeiros, a vice-prefeita eleita, irmã Babate, o diretor da Qualimar Marcelo Varela, diversos vereadores municipais, representantes de órgãos ambientais e amigos de Hazin.

Fábio Hazin faleceu aos 57 anos, em 8 de junho de 2021, no Dia Internacional dos Oceanos, vítima da Covid-19. Ao longo de sua carreira acadêmica, publicou 165 trabalhos científicos, em mais de uma dúzia de especialidades, sendo a maioria relacionada com a biologia reprodutiva, pesca em geral e tecnologia de pesca.

Hazin era professor das Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco (UFPE e UFRPE) e coordenou vários programas ligados aos recursos pesqueiros, nacional e internacionalmente, como o processo de negociação na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a elaboração e a adoção de um tratado internacional a fim de prevenir e eliminar a pesca ilegal, aprovado em 2009. Entre 1998 e 2015, foi representante científico do Brasil junto à Comissão Internacional para Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) e Presidente do Subcomitê Cientifico do Comitê Consultivo Permanente de Gestão de Atuns e Afins (1998-2015).

Alex Mont’Elberto produz esculturas e atua no ramo de decoração criando e fabricando móveis e objetos inspirados na flora e na fauna do Brasil, utilizando diversas técnicas e matérias-primas com o conceito do ecodesign. Seus produtos são citados em conhecidas revistas de decoração.

Sobre Fábio Hazin

Fábio Hazin nasceu no Recife, em 4 de junho de 1964 e se graduou em Engenharia de Pesca na Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, em 1987; e realizou o seu Mestrado (1991) e doutorado (1994), em Ciências Marinhas e Tecnologia com especialização em Oceanografia Pesqueira, pela Tokyo University of Marine Science and Technology. Fez um pós-doutorado em Avaliação de Estoques de Recursos Pesqueiros Pelágicos Migratórios, no Southeast Fisheries Science Center/NMFS/NOAA, em Miami, EUA (2002); e especialização em Direito Internacional do Mar (2010), pela Rhodes Academy.

Em setembro de 1992 ingressou como professor da UFRPE no curso de Engenharia de Pesca e no programa de pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Agricultura, e na UFPE, no programa de pós-graduação em Oceanografia. Também exercia a função de coordenador-geral científico do Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Entre os anos de 1995 a 2005, exerceu a função de coordenador do programa REVIZEE – Programa para Avaliação dos Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva Brasileira / região Nordeste.

Entre 2008/2009 presidiu o processo de negociação na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a elaboração e a adoção de um tratado internacional para prevenir e eliminar a pesca ilegal, aprovado em 2009. Entre 2007-2011, presidiu a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) e a Associação Brasileira de Engenharia de Pesca.

Em 2011, a convite da FAO, presidiu o processo de avaliação do Comitê de Pesca para o Atlântico Leste e Central (CECAF) e da Comissão de Pesca do Oceano Índico Sudoeste. Ainda em 2011, presidiu o processo de avaliação da 33 Organização de Pesca do Atlântico Noroeste (NAFO) e da Comissão de Pesca do Oceano Pacífico Oeste e Central(WCPFC).

Fotos: Edilson Júnior/PMJG

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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