A disputa pela Prefeitura de Olinda chega à última semana da campanha com um cenário muito parecido com o visto em 2016, quando quatro candidatos chegaram ao dia da eleição sem que se tivesse clareza sobre quem estaria na segunda etapa da disputa. Naquela época passaram dois nomes – Antônio Campos e Professor Lupércio – sem ligações com passagens anteriores pelo Executivo. A diferença este ano é que os grupos políticos dos três primeiros colocados já ocuparam o Palácio dos Governadores. E os números das pesquisas divulgadas apontam que a definição será não pelas qualidades dos candidatos, mas pela rejeição ao passado dos aliados dos candidatos.
Com a disputa embolada, o levantamento publicado pela Folha de Pernambuco aponta Mirella Almeida (PSD) na primeira posição, com 25% das intenções de voto, seguida por Izabel Urquiza (PL) e Vinicius Castello (PT), ambos com 18%. Na quarta posição vem Antônio Campos, com 12%.
Disputa equilibrada em Olinda
Candidata apoiada pelo prefeito Professor Lupércio, Mirella está na vitrine da gestão de Olinda há dois anos e tem muito volume de campanha. Mesmo com a máquina pública a seu favor, tem dificuldades para crescer. Não consegue passar dos 25% das intenções de voto. A explicação para isso pode residir no fato de a rejeição ao fiador na disputa, o prefeito Professor Lupércio, estar muito alta. Dos entrevistados, 52% desaprovam a gestão, enquanto 38% consideram o desempenho de Lupércio “ruim” ou “péssimo”.
De toda a forma, na leitura dos analistas de pesquisa, ela parece estar consolidada no segundo turno. Dizem isso, mas sempre com uma ressalva de que os números estão muito próximos e muita coisa pode acontecer em uma semana de campanha.
Segunda colocada na disputa, ao lado do petista Vinicius Castello, Izabel Urquiza tem a maior rejeição entre os mais bem colocados na pesquisa da Folha de Pernambuco. Filha da ex-prefeita Jacilda Urquisa, que foi gestora há mais de 20 anos, mas ainda enfrenta resistências no município, Izabel tem contra ela uma grande rejeição em Olinda a Jair Bolsonaro (52% não votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente), principal nome de seu partido.
Escolhido quase no apagar das luzes para as definições, Vinicius Castello tem uma situação inusitada. Tem o apoio do principal cabo eleitoral de Olinda, o presidente Lula (48% afirmaram que aliança com o líder petista favorece o voto), mas também tem no ex-prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) a sua principal âncora. Renildo cristalizou a fama de que foi um gestor ruim. E isso tem sido explorado pelos adversários. O petista também tem sido alvo de campanha desprezível de notícias falsas, invariavelmente envolvendo a sua opção sexual. Política se debate com propostas, não com campanha suja.
Por fim, há a candidatura de Antônio Campos e sua metralhadora de críticas, que aparece na quarta posição, com 12% das intenções de voto.
Com uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais, a pesquisa aponta que a disputa segue bem aberta. Até porque a eleição demorou a entrar na vida do cidadão. Agora, na última semana, muitos tomam decisões, que podem mudar o rumo da disputa.
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