É senso comum entre os políticos que a campanha eleitoral está fria, quase em clima siberiano. A população parece não ter colocado a eleição na pauta, mesmo com uma campanha curta, de 50 dias. Numa quadra eleitoral esquisita, as notícias e ações são mais fora realidade possível.
Nesta terça-feira (10), surgiu a informação de que uma campanha estaria furtando bases de fixação de bandeiras do adversário. Nos debates de Petrolina e Olinda, candidatos recorreram ao termo “marionete” para classificar os adversários governistas.
No caso das bases, a equipe jurídica da campanha do prefeito e candidato à reeleição de Jaboatão, Mano Medeiros (PL), denunciou que cerca de 500 bases de fixação de concreto que estavam espalhadas por diversos bairros de Jaboatão, vinham desaparecendo e acusou a campanha da adversária Clarissa Tércio (PP) de estar por trás.
A equipe foi à Justiça Eleitoral, que determinou a busca e apreensão do material alvo da denúncia. A Polícia Militar e a Civil recolheram 96 bases de concreto e quatro bandeiras, que estão em poder da Justiça Eleitoral. Isso tem que ser apurado a fundo, claro. Mas numa cidade cheia de problemas e imensos desafios, o debate nesta terça-feira em Jaboatão foi sobre roubo de base de bandeira. Acreditem, pois foi o que ocorreu.
No debate entre os candidatos de Olinda teve candidato chegando atrasado no, talvez, principal embate do primeiro turno. Vinicius Castello culpou a militância por não conseguir chegar. Nas regras do debate, os candidatos tinham que estar no estúdio 20 minutos antes do início do debate. Não conseguir chegar nesse prazo, no primeiro debate de campanha, é inconcebível.
Marionetes na pauta da eleição
Neste mesmo debate, o candidato Márcio Botelho (PP), usando um tom que foge ao seu perfil cordato e conciliador, e talvez por isso parecia que estava dando uma ordem unida numa banda marcial, classificou a candidata governista Mirella Almeida (PSD) de “marionete Laranja de Lupércio”, numa referência ao principal fiador da candidata do PSD, o prefeito Professor Lupércio, de quem é vice há oito anos.
Dias antes, em um outro debate, mas em Petrolina, a candidata Lara Cavalcanti (PL) foi além e colocou uma marionete de madeira na cadeira vazia do prefeito e candidato à reeleição Simão Durando, para acusá-lo de agir de acordo com as orientações da família Coelho.
Na falta de debate profundo sobre os reais problemas nos municípios, e são muitos, são graves, e dos mais variados tipos, o que resta é a tentativa de lacrar, em busca de um bom vídeo que garanta um engajamento potente nas redes sociais.
Veja também:
Um debate oco sobre Olinda, com algumas frases de efeito e poucas propostas