No início dos anos de 2000, o Centro do Recife fervilhava, com um comércio ainda pujante, mas que já começava a sentir os efeitos da abertura dos shoppings no Grande Recife. Dois prédios abrigavam as redações e gráficas dos dois principais jornais de Pernambuco, o Diario de Pernambuco e o Jornal do Commercio. Em meados dos anos de 2000, ambos mudaram de endereço e uniram todo o complexo de comunicação, incluindo TV e rádio, no bairro de Santo Amaro.
Naquele tempo, o Centro da cidade já começava a apresentar debilidade. O prédio do JC ganhou um novo inquilino, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco. O do DP foi repassado para o Estado e os danos provocados pelos anos de inutilidade transformaram a sede do Jornal mais antigo da América Latina em ruínas, que contrastavam com décadas de glória do periódico.
O anúncio feito pela governadora Raquel Lyra, de que o prédio será restaurado e abrigará a Secretaria estadual de Cultura é um alento. Não se constrói o futuro sem cuidar do passado.
Ações no Centro vão além do saudosismo
As ações de restauro, juntamente com o projeto da Prefeitura do Recife de reurbanizar o centro, vão além do saudosismo, recupera a história da capital pernambucana, uma das mais ricas do Brasil, mas que, nos últimos anos, foi sendo ocupada por consumidores de drogas e recanto de golpistas.
É o resgate de uma área degradada, perigosa e que virou um cemitério de prédios abandonados, localizada a algumas dezenas de metros do Palácio do Campo das Princesas e do Palácio da Justiça.
Que as ações no centro do Recife tenham sequência, não parem no meio do caminho. Que ele volte a ser ocupado e ganhe vida, como vem ocorrendo em outras capitais brasileiras. Os recifenses agradecem.
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