A pesquisa Ipespe sobra a disputa em Caruaru, divulgada nesta quarta-feira (21) pela Folha de Pernambuco mostra um cenário completamente aberto, mas ao mesmo tempo desafiador para o prefeito e candidato à reeleição, Rodrigo Pinheiro (PSDB). O empate em quase todos os itens, na largada da disputa, mostra um Zé Queiroz (PDT) consistente, com um passado conhecido pelo eleitorado, contra um candidato que ainda não passou pelo teste das urnas.
Uma eleição não se constrói apenas com uma gestão bem avaliada, de entregas. Vai muito além disso. É um somatório de acertos e subtração de erros. E o prefeito Rodrigo cometeu alguns, não só na largada da campanha eleitoral, mas nos meses em que está no poder.
No período de mudança de partido, ele praticamente havia fechado com o Republicanos, partido de oposição à governadora Raquel Lyra, de quem era vice e sucedeu. Depois de muitos ruídos, que se transformam em desgaste, ficou no PSDB da governadora.
Rodrigo e Tonynho
Raquel tinha em sua base o então pré-candidato do MDB à Prefeitura de Caruaru, Tonynho Rodrigues. O gestor, em entrevista à Rádio Cultura do Nordeste, em abril, disse que o emededebista queria a vice na sua chapa. “A própria Raquel foi a primeira a tornar público que eu, Rodrigo, como pré-candidato, estaria livre para escolher o vice que eu quisesse”, disparou o prefeito.
Em política, até um não tem que ser dita de forma a não machucar possíveis futuros aliados. No município há rumores de que o gestor pretende deixar o cargo para disputar uma cadeira na Câmara Federal, em 2026, por isso gostaria de deixar alguém de sua confiança na vice. No Recife, os rumores são de que o prefeito João Campos será candidato ao Governo em 2026 e gostaria de colocar alguém da sua confiança na vice. Mas em nenhum momento o prefeito fechou completamente a porta para a possibilidade de o PT ocupar a vice. Apenas desconversava. Ou seja, escolheu seu vice e continua com o PT na aliança.
Já Rodrigo, perdeu um possível aliado no segundo turno e, de quebra, viu o seu principal adversário colocá-lo na vice, rejuvenescendo a chapa, que vinha sendo bombardeada com o discurso etarista pelo fato de Zé Queiroz ter 82 anos.
Além disso, o prefeito, e em mais uma jogada errada, tentou embargar duas pesquisas e com argumentações que não se sustentavam. Na primeira, a Ipespe, questionou o fato de o questionário conter perguntas sobre a avaliação dos governos estadual e federal, o que poderia influenciar o entrevistado. Perdeu a ação e ainda provocou uma saia-justa para a governadora, sua principal aliada no município.
Ainda há muito tempo até as eleições. Muitas coisas podem acontecer até o dia 6 de outubro. Mas a margem de erro do gestor já bateu no teto, principalmente para um candidato que nunca foi testado nas urnas, contra um que já foi eleito prefeito quatro vezes e com o dobro de tempo de TV e rádio. Ai é remar contra a maré em mar revolto.
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