A campanha eleitoral começa oficialmente na próxima sexta-feira (16), mas na prática o calendário dos candidatos já está correndo. Prova disso foi a movimentação ocorrida na semana passada, com a passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro por vários municípios de Pernambuco. Mas tirando isso, o que chama a atenção é a apatia do eleitorado nos municípios da Região Metropolitana do Recife. E isso em uma eleição de tiro curto, de apenas 45 dias, é terrível para quem precisa ganhar musculatura para chegar ao poder.
Até mesmo a passagem de Bolsonaro pela Região Metropolitana não chegou nem perto de outras movimentações na campanha de 2018 e 2022. O público presente faz parte da base fiel ao ex-presidente. E, por exemplo, a caminhada entre o Restaurante Leite e o Bairro do Recife, na quinta-feira (8), primeiro dia da visita, não foi impactante ao ponto de virar votos de quem estava apenas observando a passagem da comitiva. Via de regra, todos que estavam ali já votam em Gilson Machado, candidato do PL no Recife. E vão continuar votando. Mas estavam ali para ver o ex-presidente e não por estarem contagiados com o clima de campanha.
Apatia complica a oposição
No Recife, essa apatia só beneficia o prefeito e candidato à reeleição, João Campos, que tem uma avaliação administrativa positiva e pontua bem em todas as pesquisas divulgadas. Torna a missão do próprio Gilson Machado (PL), mas também de Daniel Coelho (PSD), Dani Portela (PSOL) e Técio Teles (Rede) muito mais complicada.
Disputar contra a máquina é sempre muito difícil. Concorrer contra a máquina e com a apatia dos eleitores, a missão ganha um grau de dificuldade muito maior. E é isso que, no caso do Recife, os candidatos de oposição têm que fazer, romper a bolha do desinteresse da população. Sob pena de a eleição continuar morna como a pré-campanha e não atingir o nível de fervura.
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