Vice, uma escolha tática ou protocolar

O vice de João Campos, de Mano Menezes e de Mirella Almeida, Cada um com sua estratéria

A escolha do vice na chapa é uma coisa delicada. Numa matemática pura, pode somar com o cabeça de chapa, mas também pode compor por um objetivo futuro ou, ainda, ser apenas figurante numa chapa, quase que por falta de alternativa. Nessa quadra eleitoral, esses três casos foram vistos na composição das chapas governistas nos três principais colégios eleitorais do Estado.

 O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, resolveu bem a equação que a eleição apresentou. Com eleitorado de centro-direita e entre os evangélicos – pelo grupo político que faz parte, os Ferreiras -, viu o seu desempenho ameaçado pela pré-candidatura de Clarissa Tércio, que atua justamente nessas duas faixas.

Na cidade surgiram rumores de que o seu vice poderia ser o vereador Pastor Ginaldo, que se encaixaria apenas na categoria de mero figurante na chapa. Em sigilo, como exige a política, acertou com uma vice que contemplava o segmento evangélico, a Irmã Babate, cunhada do Pastor Ailton, o líder da maior denominação da Assembleia de Deus no Estado.

Com o resultado dessa conta, Mano tomou as rédeas do jogo, pois a Irmã Babate, que já foi vereadora, é muito respeitada no segmento evangélico e vai somar com a chapa.

Quem não soma politicamente, mas exercerá uma função específica é o vice na chapa do prefeito do Recife e pré-candidato à reeleição, João Campos. Ex-chefe de gabinete do gestor, Victor Marques é o nome de confiança do socialista e o escolhido para assumir a Prefeitura em 2026, caso João Campos renuncie para disputar o Governo do Estado.

O prefeito resistiu à pressão do PT pela vaga, cedeu a cabeça de chapa em outros municípios importantes para o principal aliado, tudo para conseguir indicar o nome que queria para compor a chapa. E conseguiu, mesmo que tenha enfrentado o olhar enviesado dos petistas, que, à boca miúda, têm dito que a militância votará na outra candidatura do campo de esquerda, Dani Portela (PSOL).

No último caso, o vice apenas para compor, encaixasse a pré-candidata do prefeito de Olinda, Professor Lupércio. Mirella Almeida anunciou nesta terça-feira (30) o nome do ex-jogador de futebol e ex-secretário Chiquinho, um nome da cozinha da gestão municipal. Ele pouco acrescenta à chapa da pré-candidata, pois tem influência em Rio Doce, mesmo território de Mirella. Ele era um dos quatro nomes apresentados como possibilidade para a vice, entre eles aparecia o do ex-secretário Evando Avelar. Esse, sim, agregaria na composição com Mirella.

Vice e suas variáveis

Cada um com seus motivos, cada um com suas estratégias. A montagem da chapa envolve variáveis muitas vezes controversas. Algumas vezes soma, muitas vezes, não. Até porque quem tem que “brilhar” é o candidato a prefeito. O vice, apesar do papel secundário dado a ele, é importante que seja visto e analisado, pois é quem vai tocar o barco, no caso de ausência temporária ou definitiva do titular. Mas esse critério nunca entra na conta dos políticos.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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