A mesma pesquisa Datafolha divulgada na semana passada que colocou o prefeito do Recife e candidato à reeleição, João Campos, com 75% das intenções de voto, mostrou dados relativos à avaliação da governadora Raquel Lyra que apontam o tamanho do desafio dela, não só para turbinar o seu candidato na capital pernambucana, Daniel Coelho, como também em relação à sua imagem na Região Metropolitana nos próximos meses.
De acordo com o levantamento, a gestão estadual é reprovada por 48% dos recifenses, enquanto outros 36% consideram o trabalho regular e 16% avaliam como ótimo ou bom o desempenho da administração.
A governadora vem investindo em várias áreas. Em infraestrutura, por exemplo, resolveu um gargalo que estava quase virando patrimônio imaterial de Olinda, que era a questão da Pan Nordestina e suas obras intermináveis. Ela concluiu.
Na semana passada, assinou ordem de serviço para a conclusão da última etapa das obras do Canal do Fragoso, outra lenda urbana que costuma assombrar os moradores de casa Caiada e Bairro Novo em qualquer chuva de moderada a forte e que está com uma década de atraso nas obras. A previsão é que até 2026 seja concluída.
Em Jaboatão, anunciou investimentos em encostas, para evitar que tragédias como a que ocorreu em Jardim Monte Verde, em 2022, voltem a ocorrer.
Raquel e a segurança
No entanto, o que afunda em um poço profundo a avaliação da governadora Raquel Lyra é a questão da segurança. Apesar de anunciar a queda nos números, a sensação de medo está impregnada nos pernambucanos, notadamente nos que vivem no Grande Recife, que concentra a maior parte da população do Estado e, em termos de política, 60% dos eleitores.
Lideranças do interior dizem ter uma percepção de uma melhora na avaliação da governadora. Mas o que ocorre na Região Metropolitana tem um poder de influência forte no interior.
Desatar o nó da segurança pública é, talvez, o maior desafio da governadora Raquel Lyra. E se ele não for desfeito, a gestora continuar com a imagem contaminada por esse problema.
Nota sobre a pesquisa
O Instituto Datafolha ouviu 616 eleitores recifenses, entre os dias 2 e 4 de julho. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou menos. Já o nível de confiança da amostragem é de 95%. O levantamento foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo e registrado na Justiça Eleitoral sob o número PE-09910/2024.
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