Antes infiltrada, a milícia é o poder no Rio

Márcio Didier

A conclusão do assassinato da vereadora Marielle Franco é assustadora. Mostra que não apenas o crime organizado está infiltrado no poder fluminense, mas é o próprio poder. Um deputado federal, um conselheiro do Tribunal de Contas do Rio e um delegado da alta cúpula do Estado, por interesse contrariado, tramar a execução de uma pessoa que se colocou contra os planos da milícia, mostra que o Rio de Janeiro desdenha do crime. Usar a estrutura do Estado para tumultuar as investigações e impedir a solução de um caso é o cúmulo da certeza da impunidade.

Há anos que o Rio de Janeiro vem convivendo com o crime. No jogo do bicho, há a divisão por áreas. As milícias também têm suas áreas. Em poucos lugares o crime é tão organizado como no Rio.

Agora que os holofotes voltados ao Estado e com a forte repressão aos ilícitos, é possível que esses grupos busquem novas formas e locais de negócio.

Se tem uma coisa que o Brasil gosta de replicar é o malfeito. E esse é o temor. Que o exemplo do Rio se espalhe pelo País, levando o crime a se infiltrar nas instâncias de Poder.

Nos bastidores da política costuma-se dizer que conseguir um mandato legislativo não tem muito mistério. Se você é candidato por um nicho, é um pouco mais complicado. Tem que correr atrás dos votos. Mas se você tem apenas dinheiro, muito dinheiro, dizem, consegue conquistar a cadeira. “Não precisa nem sair de casa”, dizem alguns.

Isso aumenta a responsabilidade do voto. De buscar as propostas e checar a vida dos que pretendem ocupar cargo público. É preciso que isso seja feito, para evitar que o Brasil inteiro vire um case de sucesso dos bandidos, como é no Rio.

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Uma resposta

  1. O problema não é só o voto. O problema é também e até mais preocupante com os que não são votados e se acham Deuses, com é o caso do supremo. Xandão mandou prender um deputado, e tá preso até hoje, por kkkkkkk CRIME DE OPINIÃO kkkkkkkkkk. Coisa que ele inventou, não existe na constituição. Já o deputado federal que está envolvido no caso Mariele, mandou ouvir o plenário em votação pra saber se prende ou não. O brasil, minúsculo mesmo, é uma piada!!!

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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