Márcio Didier
O povo costuma dizer que a pressa é inimiga da perfeição. No caso da eleição para o comando da Assembleia Legislativa, a pressa virou best friend da discórdia. Logo mais, às 11h, os discursos serão todos de unidade, de que a Casa está coesa, saiu maior do processo e demais frases prontas. Mas 24 horas antes, a Alepe começava a ficar em polvorosa. Cada deputado cavando seu espaço.
Logo cedo, o clima estava sereno. Ou ao menos todos aparentavam isso. Diziam apenas que só Agailson Victor e Cleiton Collins não tinham direito a uma nova reeleição. Aos poucos, no entanto, foram surgindo informações de insatisfações. E que a cobiçada primeira secretaria, ocupada por Gustavo Gouveia, era o alvo das articulações rebeldes.
Não faltaram nomes dos que estariam se articulando. O próprio Aglailson Victor, Kaio Maniçoba, Francismar Pontes… e os rumores aumentando.
Quando começou a sessão, o clima já estava pesado. E piorou quando Antônio Moraes foi à tribuna demonstrar a sua insatisfação pelo fato de a emenda que antecipava a eleição ter sido aprovada na CCLJ, comissão que preside, sem a sua presença. Lembrou que há um julgamento no STF sobre isso e que a Casa deveria adiar a eleição, marcada para esta terça-feira (14). Se o clima já estava desconfortável, azedou de vez. Ao fim da sessão, alguns grupos se formaram. Um chamou a atenção, por reunir Gustavo Gouveia e Kaio Maniçoba.
E tome mais reuniões nos gabinetes. Até que, por volta das 22h, foi fechado um consenso sobre a nova, mas nem tão nova assim, Mesa Diretora.
Em julho, numa entrevista ao editor do marciodidier.com.br, o presidente Álvaro Porto ressaltava a unidade e o entrosamento da Casa. O açodamento para resolver em 2023 uma eleição que só ocorreria em 2025 deu, no mínimo, uma desestabilizada nessa harmonia quase tibetana que era exaltada.