Polarização no Recife, Olinda e Jaboatão. Na teoria, ok. Já na prática…

Márcio Didier

Há uma intenção dos dois principais grupos que disputaram a eleição do ano passado de reproduzir, nos três principais colégios eleitorais do Estado – Recife, Jaboatão e Olinda –, a polarização vista na eleição presidencial de 22. De um lado, a frente de esquerda que deu sustentação ao presidente Lula; do outro PL do presidente Bolsonaro. Na teoria, tá tudo certo. Na prática, nem tanto.

Jaboatão

A começar por Jaboatão dos Guararapes, que foi governada pelo presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, que renunciou para disputar o Governo e deixou seu sucessor Mano Medeiros na cadeira para disputar a reeleição. Também do PL, o prefeito será o representante do bolsonarismo na cidade. A bronca é que o PP ensaia o lançamento de Clarissa Tércio, bolsonarista de primeira hora, que, inclusive, defendeu a invasão dos prédios públicos de 8 de janeiro em Brasília. Ou seja, tem uma identificação bem forte com a direita da direita. Do outro lado, Elias Gomes caminha para unir todos ao seu redor. Ou quase todos. Segundo colocado em 2020, Daniel Alves é apontado como a pedra no sapato. Quase um paralelepípedo.

Olinda

Em Olinda, do lado do PL bolsonarista a situação parece pacificada. O nome é Izabel Urquiza e não há, na cidade, outro nome com identificação com o ex-presidente. A bronca está no outro lado. A ministra Luciana Santos seria ou é o nome natural. O problema é que há outras duas postulantes: a deputada Gleide Ângelo pelo PSB e a ex-deputada Marília Arraes, que tem o nome ventilado para a disputa. Gleide comanda o PSB na cidade, mas há quem diga que não está muito entusiasmada para a disputa. Já Marília já foi colocada em Olinda, Jaboatão, Recife… Não seria um nome natural para Olinda. Há também a candidata do prefeito Lupércio, Mirella Almeida, que vem forte, e o vice-prefeito Márcio Botelho, o que quebra a possibilidade de polarização.

Recife

No Recife, o prefeito João Campos caminha quase sem estresse no seu campo. O que pode complicar é se o PT decidir fazer um movimento diferente que não o de fazer uma aliança. Possibilidade de isso acontecer há, mas hoje é pequena. Já do outro lado, o nome natural é o do ex-ministro Gilson Machado, a encarnação de Bolsonaro no Recife. Apesar disso, nos bastidores, há quem defenda o nome dele para a Câmara, que possibilitaria uma bancada forte. Nesse caso, poderia surgir o nome do deputado Renato Antunes, que já foi vereador do Recife e teria até simpatia pelas bandas da Praça da República.

Ou seja, no papel, a reprodução da disputa nacional nos três municípios é até possível. Só falta combinar com os eleitores.

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SOBRE O EDITOR
Márcio Didier

Márcio Didier é jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, com passagens pelo Jornal do Comércio, Blog da Folha e assessoria de comunicação

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