A sucessão em Olinda já esquentou junto com o calor que a primavera traz. E a previsão é de esquentar muito, mas muito mais nos próximos meses. Depois de o prefeito Professor Lupércio colocar para rodar no município o nome da sua secretária coringa Mirella Almeida (Atualmente no Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia, mas até pouco tempo ocupava Fazenda e Planejamento), um grupo de candidatos de oposição decidiram colocar os cavalinhos para andar.
Formado por Izabel Urquiza (PL), Jesuíno Araújo (Cidadania) e o vice-prefeito Márcio Botelho (PP), o grupo decidiu unir forças contra o adversário comum e pretende fazer uma agenda de debates sobre a cidade. E olhe que tem muita coisa pra se debater em Olinda, viu.
O mais surpreendente foi o movimento do vice Márcio Botelho. Ele estava escanteado na gestão, desde que mostrou interesse em disputar a prefeitura. Como vice por dois mandatos, teoricamente teria o direito à disputa. Mas na política teoria e prática correm em faixas inteiramente diferentes. Pendurado no pincel, sem direito a assessores, Márcio pulou para oposição sem nem um bilhete de despedida.
De toda a forma, o grupo de oposição pretende, em encontros possivelmente mensais, trazer os problemas de Olinda para o centro do debate, utilizando a expertise de cada um: Izabel, como gestora; Jesuíno, pelo conhecimento que tem na Câmara; e Márcio, por tudo que viu dentro da gestão municipal.
As grandes obras como o Canal do Fragoso, alvo de muitas críticas dos moradores dos bairros atingidos por enchentes ocorridas no inverno, e o binário da Getúlio Vargas serão examinados estarão na pauta do grupo.
Do lado do prefeito, além da oposição, o tempo também se mostra um grande adversário. É preciso fazer o nome de Mirella conhecido e vinculá-la ao gestor, coisa que as últimas pesquisas mostraram que não tem ocorrido. Tentou até usar outdoors, mas o Ministério Público mandou retirar. Lupércio quer espantar o fantasma que o acompanhou nas últimas eleições estaduais, quando colocou a esposa Cláudia para disputar e não obteve sucesso. Não quer ter o mesmo resultado na sua sucessão.
Se em Olinda as prévias carnavalescas começam em setembro e duram seis meses, a disputa eleitoral, como se vê, já começou com bastante antecedência e vai durar um ano inteiro.
A população só espera que, desta vez, o debate seja mais qualificado e vá além da discussão entre quem é liso e quem tem dinheiro.